A Casa da Moeda do Brasil (CMB) é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Fundada em 8 de março de 1694, acumula mais de 300 anos de existência. Foi criada no Brasil Colônia pelos governantes portugueses para fabricar moedas com o ouro proveniente das minerações. Na época, a extração de ouro era muito expressiva no Brasil e o crescimento do comércio começava a causar um caos monetário devido à falta de um suprimento local de moedas.
Um ano após a fundação, a cunhagem das primeiras moedas genuinamente brasileiras foi iniciada na cidade de Salvador, primeira sede da CMB, permitindo, assim, que fossem progressivamente substituídas as diversas moedas estrangeiras que aqui circulavam. Em 1695, foram cunhadas as primeiras moedas oficiais do Brasil, de 1.000, 2.000 e 4.000 réis, em ouro, e de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, em prata, que ficaram conhecidas como a "série das patacas".
Desde então, por meio da produção de moedas e, posteriormente, também de cédulas e outros produtos fiduciários e de segurança, a história da CMB se confunde com a própria história do Brasil. Em 1843, utilizando técnicas "intaglio", a Casa da Moeda imprimiu o selo "Olho de Boi", o primeiro das Américas e o terceiro do mundo.
Após alguns anos de atividade no nordeste do Brasil e em Minas Gerais, a CMB foi transferida para o Rio de Janeiro, então capital da República, operando, inicialmente, em instalações provisórias e, mais tarde, em amplo prédio construído na Praça da República, inaugurado em 1868 e hoje pertencente ao Arquivo Nacional. Essa planta foi modernizada no período de 1964 a 1969, com o propósito de assegurar ao país a autossuficiência na produção de seu meio circulante. Em 1969, para surpresa dos especialistas internacionais, essa meta foi alcançada: cinco diferentes denominações de cédulas brasileiras foram simultaneamente lançadas, estritamente de acordo com o planejamento governamental elaborado em 1967.
O crescimento da economia brasileira durante os anos subsequentes veio requerer a expansão da capacidade de produção da empresa. Um novo complexo industrial, que hoje representa um dos maiores do gênero no mundo, foi especificamente projetado, construído e inaugurado em 1984, no Distrito Industrial de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Essas modernas instalações ocupam cerca de 120 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de cerca de 500 mil metros quadrados.
A Casa da Moeda possui, atualmente, três fábricas: de cédulas, moedas e gráfica geral.
A fábrica de cédulas tem capacidade para produzir, em três turnos de trabalho, cerca de 4,2 bilhões de unidades por ano. O processo envolve profissionais das áreas de produção, técnica, engenharia de produto e design e conta com o que de mais moderno existe no mercado gráfico internacional.
A fábrica de moedas é capaz de produzir até 4 bilhões de moedas por ano, operando em três turnos de trabalho, atendendo, assim, toda a demanda de moedas do meio circulante brasileiro. O processo de fabricação passa pelas etapas de eletrodeposição de discos, cunhagem, contagem e embalagem. A empresa fabrica, ainda, produtos na área metalúrgica, como moedas e medalhas comemorativas, distintivos e comendas, utilizando metais nobres como ouro, prata e outras ligas.
Na área de gráfica geral, a Casa da Moeda produz documentos de segurança diversos como certidões, passaportes, selos fiscais, postais e cartoriais, bilhetes magnetizados de metrô e cédulas de identidade civil. Conta, também, com linhas de impressão e acabamento de produtos especiais como cartão indutivo, em avançado grau de automação.
Em 1994, a CMB participou ativamente da implantação do Plano Real, produzindo, em curto espaço de tempo, todo o padrão monetário brasileiro. A partir de 2008, a empresa passou por um forte processo de modernização, marcado pela aquisição de modernas linhas de produção de cédulas, que permitiram o lançamento da segunda família do Real, mais sofisticada e segura.
Veja alguns detalhes no vídeo:
(Francine Casanho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário